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A mostrar mensagens de junho, 2015

Nostálgia

Ela entra subtil, como quem não quer a coisa, sabe que não é permitida, que não é desejada. Ainda assim ela força, abre aquela que se encontrava trancada a sete chaves e com arame farpado em todo o redor. E entrando devagar, consome o esquecimento e acende a vela de cada memória, de cada momento, de cada riso, de cada beijo, de cada jantar improvisado. Foi tão pouco tempo e pareceu tanto, pareceu uma vida. Fazias-me sentir tão segura, tão menina de alguém. E deixei-te ir, ou melhor forcei-te a ir e fiquei a ver, como um ato glorioso que tinha cometido. Mas no mesmo momento percebi, glorioso? Não, foi tão fraco, tão cobarde, tão sei lá. Aí chorei, mas de que me valia chorar se não punha o orgulho de lado e corria de novo para os braços que eram os certos, para os lábios que me faziam tremer assim que tocavam nos meus. Mas não é assim a nostalgia? Aquela chama que se acende de novo porque uma música, uma expressão, um olhar, uma foto, o que seja, passou mesmo em frente a nós e não no