talvez a duas, talvez a dois

          Hoje escrevo uma carta a ti, hoje digo que te amo, hoje digo-te o que sinto, o que penso, o que acho, o que quero, o que desejo. Hoje digo que és a minha mulher e que quero que continues a ser até que solte o meu último sopro nesta vida e na próxima, poderia dizer-te o quão te amo, o quão grande é o sentimento que tenho por ti, mas lamento, não consigo, não consigo porque é demasiado grande, não que "demasiado" seja uma coisa má, mas sim uma coisa boa, mas com este demasiado eu não consigo transpor para palavras o sentimento que nutro por ti, pelo teu corpo, pela tua pessoa, pelo teu modo estar e pensar.           Sabes? Quando era pequena sonhava que um príncipe me viria buscar, que seria como nos contos de fadas e me salvaria deste mundo, deste abismo, deste pesadelo a quem chamam Terra. Mas não foi isso que aconteceu, não, não foi isso, em vez de um príncipe me vir salvar veio uma princesa, uma bonita rapariga com uns olhinho chineses, quase tão fechados que as

          Deitas-te aqui ontem, nesta mesma cama, partilhas-te este espaço com o meu corpo, os nossos corpos deitaram-se aqui ontem, senti o teu calor, a tua respiração, o teu toque, senti-te. Senti-te como se fosses só minha, como se nada mais houvesse no mundo para além desta cama e dos nossos corpos, como se fossemos só nós e não precisássemos de mais nada nem de mais ninguém.           Olhei para ti ontem, enquanto estavas deitada ao meu lado, enquanto passava a mão pelo teu corpo, pelas curvas desenhadas no teu corpo, vi-te dormir e vi o quão bonita ficas a dormir, vi o quão eu te amo, o quão impossível é não te achar uma obra criada pelos deuses, é impossível não achar isso. Os deuses esculpiram cada centímetro de ti, dedicaram-se a cada centímetro para que pudesses sair perfeita e assim o foi, e assim o saíste!           Vi-te sorrir ontem, um sorriso sincero e caloroso, senti o teu abraço, o teu confortante abraço, onde me envolveste em ti e ficámos uma só.           Amo-te

Uma semana se passou, vá uma semana com cinco dias. Foi um tanto ou quanto intensa, em bons e maus momentos, se pudesse voltava tudo atrás e passava estes cinco dias de toda uma outra maneira, que me fizessem estar sempre a rir por dentro e por fora. Tenho pena, mas a vida é assim, por vezes é preferível apenas conviver com determinadas pessoas durante o "tempo de escola" e não diariamente, na mesma casa, hora após hora. Pois aquelas que pensávamos serem de uma maneira revelam-se ser de outra... Parte boa? Ela, ela esteve sempre lá, ela dormiu sempre ao meu lado, não me largou, protegeu-me, preocupou-se, e quando mais ninguém estava dizia-me baixinho ao ouvido "amo-te". Esta é a parte boa, esta é a parte que retiro destes cinco dias, que me fizeram pensar e pensar naqueles que realmente são verdadeiros. Por isso, sê sempre uma verdadeira, sê sempre aquela por quem me apaixonei e continuo a apaixonar-me dia após dia. Escrevo e subscrevo, amo-te. Com amor,