Comecei a ver uma série há pouco tempo, falaram-me dela, que retratava o relato de uma rapariga que dedicou 13 razões, neste caso pessoas, à sua morte. São treze cassetes, daquelas que se usava antigamente para ouvir músicas ou outras coisas, daquelas que não se pode pôr num computador, ou num leitor de rádio dos carros mais recentes porque já ninguém usa. Um meio de comunicação que dizem estar ultrapassado, são essas cassetes que transmitem a mensagem de Hanna (sim é o nome dela) e que cada uma remete para uma pessoa em específico, que de alguma forma contribuiu para a falta de vontade de viver, para um sofrimento tal que lhe levou ao suicídio, a maneira mais fácil e egoísta de acabar com a própria vida, deixando todos para traz.
Bom, ainda não acabei de a ver, mas é assustador como me consigo identificar tão bem com aquela rapariga que parecia ter um ar tão alegre, que parecia ter uma vontade tão grande de viver, e que principalmente, parecia estar bem. Mas não usamos todos essa máscara? Não fazemos com que pareça que está tudo bem? Que nada nos afecta, que ninguém nos atinge que somos superiores a tudo. Pois bem, isso não existe meus caros, tal coisa não existe, as palavras magoam, e as atitudes não ficam de fora.
E apesar do que disse acima, e de muitos concordarem com isso, tentem meter-se no papel de alguém que já passou por muito, que já foi gozada por aqueles que considerava que fossem amigos, que fossem confidentes, pilares, apoios. Para além disto que já foi traída de todas as maneiras possíveis e imaginárias. E que infelizmente já fizeram dela o que queriam e bem lhes apetecia.
Tentem, se conseguirem, meter-se por momentos na pele de uma pessoa assim, e no fim, respondam-me: não questionariam também meter fim a vida?
Talvez a duas, talvez a dois
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